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CORRUPÇÃO: I da COVID foca na suspeita de corrupção na compra de vacina indiana 5h1q3p

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Depois de depoimento polêmico sobre policial militar, senadores da comissão retomam atenções para imunizante Covaxin

Bruna Lima e Sarah Teófilo - Correio Braziliense

"Agora, se abre cada vez mais a via da corrupção e do interesse financeiro, que pode explicar porque o Brasil fez coisas tão diferentes do resto do mundo"
Alessandro Vieira (Cidadania-SE), senador
 
Brasília - Depois de um depoimento confuso do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, chamado até de “cavalo de Troia” por senadores independentes e de oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (I) da COVID, a intenção agora é avançar sobre as negociações de aquisição de vacina, em especial da indiana Covaxin, sob suspeita de irregularidades.
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O imunizante é produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech, representado no Brasil pela empresa Precisa Medicamentos. Em meio a denúncias, o governo federal suspendeu o contrato, que previa compra de 20 milhões de doses a R$ 1,6 bilhão, e aumentou ainda mais a suspeita dos senadores.

O depoimento de Luiz Dominguetti foi visto como algo que “tirou” a I do eixo em que estava, e a intenção é retornar. Ele apresentou relato considerado importante sobre suposto pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina no Ministério da Saúde, mas acabou gerando tumulto na sessão quando apresentou áudio do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Isso porque Miranda foi quem levou à I o depoimento mais importante, que atinge diretamente o presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares, entretanto, não invalidam a denúncia de Dominguetti.

Logo depois da sessão, senadores do chamado G7 (grupo de oposição ou independentes ao governo na I) se reuniram com o presidente Omar Aziz (PSD-AM), e o entendimento era de que o foco deveria voltar para a Covaxin e a negociação de outros imunizantes. A apuração da I já ou por várias etapas, como a observação da indicação de medicamentos sem eficácia comprovada contra COVID (cloroquina e ivermectina, por exemplo), gabinete paralelo que supostamente assessorava Bolsonaro com informações negacionistas, demora em negociação para compra de Coronavac e Pfizer.

Agora, o foco está nas negociações de vacinas, a fim de observar possíveis negócios escusos. A abertura de inquérito contra Bolsonaro por prevaricação reforçou o impacto da I. A suspeita sobre as negociações da Covaxin começou com a observação de um esforço maior do governo em adquirir este imunizante, enquanto outros foram deixados de lado (Janssen, Pfizer e Coronavac), ainda que estivessem mais avançados do ponto de vista do aval sanitário. Depois, telegramas do Itamaraty e da embaixada de Nova Dhéli começaram a surgir, mostrando movimento no sentido de agilizar a importação do imunizante indiano, mesmo com alertas da embaixada de que havia resistência a ele na Índia.
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A situação se agravou quando foi divulgado o depoimento do servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda à Procuradoria da República do Distrito Federal, no qual ele relata “pressões anormais” de superiores para agilizar a importação da Covaxin. Luís Ricardo detalhou à I as pressões, e deu nomes. Também na I, o seu irmão, o deputado Luis Miranda, contou que ambos se reuniram com Bolsonaro para rear as suspeitas sobre a negociação, que envolvia problemas em nota fiscal internacional (invoice). Bolsonaro, então, teria dito que a questão parecia ser “rolo” do líder do governo na Câmara Ricardo Barros (PP-PR) e disse que procuraria a Polícia Federal, o que não aconteceu. A PF só abriu inquérito na semana ada, depois que o contrato com a empresa foi suspenso.

Apesar das suspeitas sobre a Covaxin, o foco dos senadores não deve ficar apenas nela, segundo o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente na I. “(A Covaxin) é um foco relevante. O governo não negocia, não contrata com a Pfizer e escolhe contratar com a Precisa ou negociar numa mesa de restaurante compra de vacina com a Davati (Medical Supply). Isso está documentado. Estamos na etapa da definição das motivações para essa tomada de decisão do presidente. Agora, se abre cada vez mais a via da corrupção e do interesse financeiro, e isso pode explicar porque o Brasil fez coisas tão diferentes do resto do mundo”, disse.
Líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS) aposta que a Covaxin "vai esquentar os ânimos na I” nesta semana. "Temos não só indícios, temos muitos elementos de prova. Foi empenhado antes da lei estar em vigor, antes do contrato estar assinado. Um contrato ilegal que não tinha lei permitindo a . R$ 1,6 bilhão para a compra de uma vacina indiana que nós nem sabemos qual é, a Anvisa não tinha aprovado ainda", afirma Tebet. Segundo ele, o esquema não envolve apenas a cúpula do governo, "mas gente de dentro do Ministério da Saúde que, recentemente, foi exonerada".

 

Para avançar nas conexões, os senadores se debruçam em quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático e tentam observar as relações de um dos sócios da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, visto como personagem central para entender as negociações do governo. A apuração deve seguir também outros imunizantes. A próxima da vez é a vacina russa Sputnik V, da União Química, que tem aparecido nos requerimentos dos senadores há algum tempo, mas sem aprofundamento. Em maio, por exemplo, foi aprovado um pedido de informação do Ministério da Saúde sobre as medidas relacionadas à aquisição dos imunizantes. A convocação do diretor de negócios internacionais da União Química, Rogério Rosso, foi aprovada ainda em abril, e agora os senadores devem começar a olhar mais efetivamente para o imunizante.


Líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) recorreu ao STF para depor na I nesta semana(foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL - 7/2/21 )
Líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) recorreu ao STF para depor na I nesta semana
(foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL - 7/2/21 )
 

Fiscal do contrato vai depor amanhã

Brasília – A intenção dos senadores da I da COVID é ouvir amanhã a servidora Regina Célia Oliveira, fiscal do contrato com a Covaxin no Ministério da Saúde; na quarta-feira, o ex-diretor do Departamento de Logística Roberto Ferreira Dias; na quinta-feira, Carolina Palhares, diretora de Integridade do ministério. A diretoria em questão, segundo requerimento, enviou no ano ado ao Tribunal de Contas da União (TCU) “a informação sobre irregularidades na compra de kits de reagentes e insumos utilizados em testes de COVID”.

 

Na sexta-feira, será a vez da diligência para ouvir o ex-governador do Rio Wilson Witzel. O cronograma, no entanto, sempre pode mudar. Dessa vez, talvez não por vontade dos membros da I. Isso porque o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), entrou com mandado de segurança no STF para ser ouvido na quinta-feira, como  marcado inicialmente. “Alego que estou sendo impedido de exercer minha ampla defesa por abuso de poder da I que ataca minha honra indevidamente”, disse.

Os senadores do G7, por outro lado, querem ouvir outras pessoas e obter alguns documentos antes da oitiva do parlamentar. Os governistas, entretanto, estão com pressa para que Barros deponha. Na última semana, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e um dos filhos do presidente, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), frisaram que a oitiva de Barros deveria ser logo marcada. Para o relator da I, Renan Calheiros, as dúvidas sobre Barros ficam ainda mais fortes por causa do silêncio de Bolsonaro a respeito. "A situação do Ricardo é delicada porque até agora o presidente da República não saiu em sua defesa", opina Calheiros.

 

Entre os senadores, o entendimento é de que não há condições de um parlamentar apenas “capitanear” sozinho uma possível atividade irregular de grande porte, envolvendo aquisição de vacinas no meio de uma pandemia. A avaliação é que outros deputados também podem ser apontados. Enquanto isso, o Palácio do Planalto se vê acuado em meio às suspeitas, que soma-se ao receio de que exista um áudio da conversa entre os irmãos Miranda e Bolsonaro. A avaliação é que é por este motivo que o presidente não tentou sequer desmentir o deputado federal ou fez ataques contra ele.

Questionado se via envolvimento do Centrão nas suspeitas, Alessandro Vieira pontuou que Barros representa o Centrão. “Esse tipo de esquema normalmente é um esquema de grupo, não é um esquema individual. E o histórico de operações de grande porte que a gente tem mostra isso; uma espécie de consórcio político. Mas a gente vai apurar isso com calma e vamos ver o que vai surgindo”, explicou.

I: Cabo da PM ganharia pelo menos R$ 60 milhões com venda de vacina à Saúde 636j1v

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crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Diário PE
Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais que diz atuar como vendedor autônomo de vacina pela empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominghetti Pereira disse acredita que receberia de US$ 0,03 a US$ 0,05 por dose de imunizante comercializado com a sua intermediação, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (I) da Covid-19, nesta quinta-feira (1º/7). Se o valor estiver correto, caso a negociação de 400 milhões de doses tivesse sido efetivada, ele receberia de US$ 12 milhões — o equivalente a R$ 60,36 milhões — a US$ 20 milhões, o equivalente a R$ 100,6 milhões (considerando a cotação atual do dólar, de R$ 5,03).

O homem ganha o salário bruto de R$ 7,5 mil do governo de Minas Gerais pela atuação como policial militar. Ele receberia, então, mais de 8 mil vezes o seu salário bruto.

Dominghetti relatou à I que é militar, e que começou a atuar no mercado de insumos para complementação de renda. O vendedor disse que atuava para a Davati desde janeiro, em um acordo verbal com o representante da empresa Cristiano Alberto Carvalho, chamado por Dominghetti de "CEO". O CEO da empresa, entretanto, seria Herman Cardenas. Depois, em abril, segundo o militar, a parceria foi oficializada em uma carta, que o referendou como intermediário na negociação com o Ministério da Saúde.

O depoente afirmou que atua representando ou vendendo vacinas e medicamentos desde janeiro ou fevereiro do ano ado. Questionado sobre quantas vendas ele já fez junto ao governo federal ou estaduais, disse que essa proposta ao Ministério da Saúde seria a primeira.

À I, o homem reafirmou a denúncia de pedido de propina US$ 1 por dose de vacina contra Covid-19 ao tentar vender 400 milhões de doses de imunizantes ao governo federal. A vacina seria vendida, segundo ele, a US$ 3,50. A proposta de propina partiu, conforme Dominghetti, do ex-diretor do Departamento de Logística (DLOG), do Ministério da Saúde, Roberto Dias, exonerado na terça-feira (29/6) após reportagem da Folha de S.Paulo com os relatos de Dominghetti.

O depoente afirmou que esteve no Ministério da Saúde três vezes, e que esteve com três executivos da pasta: Roberto Dias, o ex-secretário executivo Elcio Franco e com outra pessoa ligada à Vigilância Sanitária. Ele contou que recebeu uma proposta de propina em reunião no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, na capital federal. Estavam no local, segundo ele, além de Dias, o ex-assessor do DLOG tenente-coronel Marcelo Blanco e um empresário, que ele diz não se lembrar quem seja.

Troca de e-mails
 
A vacina negociada por Dominghetti é da Astrazeneca. E-mails que chegaram à I após as denúncias mostram que houve uma negociação formal do ministério. “Prezados, este ministério manifesta total interesse na aquisição das vacinas desde que atendidos todos os requisitos exigidos. Para tanto, gostaríamos de verificar a possibilidade de agendar uma reunião hoje, às 15h, no Departamento de Logística em Saúde. No aguardo, agradecemos antecipadamente”, diz e-mail enviado por Roberto Dias às 10h37, pedindo um encontro menos de cinco horas depois, em resposta à uma proposta da Davati.

A referida mensagem foi enviada dia 26 de fevereiro, um dia após o suposto encontro relatado por Dominghetti. Junto estava uma oferta de vacina AstraZeneca assinada por Herman. A AstraZeneca já informou que "atualmente não disponibiliza a vacina por meio do mercado privado ou trabalha com qualquer intermediário no Brasil". "Todos os convênios são realizados diretamente via Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e Governo Federal", pontuou.

Câmara aprova projeto que permite que empresas comprem vacinas 6z2i1d

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8.4.21 2g61q


Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira (7) a votação do projeto que permite à iniciativa privada comprar vacinas para a imunização de empregados, desde que seja doada a mesma quantidade ao Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta será enviada para análise do Senado.

Segundo o texto, os empresários poderão comprar vacinas que ainda não tiveram aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que autorizadas por agências reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa aquisição pode ser feita diretamente pelas empresas ou por meio de consórcio.

A medida autoriza que trabalhadores prestadores de serviço também sejam beneficiados com a vacinação, inclusive estagiários, autônomos e empregados de empresas de trabalho temporário ou de terceirizadas. O texto prevê que a vacinação dos empregados deve seguir os critérios de prioridade estabelecidos no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

O projeto libera empresas a contratarem estabelecimentos de saúde que tenham autorização para importar e dispensar as vacinas, como hospitais, laboratórios ou farmácias, para intermediar a compra do imunizante.
Multa

Em caso de descumprimento das exigências, a empresa estará sujeita ao pagamento de multa equivalente a dez vezes o valor gasto para comprar vacinas, além de sanções istrativas e penais.
Economia

Para o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), a proposta pode diminuir o impacto da pandemia de covid-19 no setor econômico do país.

“A vacinação se constitui, por enquanto, a principal ferramenta para debelar a crise econômica ocasionada pela covid-19. Nesse sentido, é imprescindível e urgente a viabilização de medidas que permitam a imunização do maior número de pessoas no menor espaço de tempo, a fim de evitar o aumento no contágio, o colapso no sistema de saúde e o agravamento da crise econômica e trabalhista decorrente da pandemia”, afirmou o congressista.
Ime

Na avaliação de parlamentares de oposição, a matéria vai instituir uma fila dupla para vacinação no país. Os deputados de partidos contrários ao projeto usaram o chamado “kit obstrução” para tentar adiar a apreciação da matéria.

“Nós estamos, infelizmente, no nosso ponto de vista, consolidando a criação de uma fila dupla para o à vacina, em um cenário em que há escassez de insumos, em um cenário em que nem mesmo o Governo — porque não quis comprar vacina lá atrás — tem vacinas para oferecer para o povo brasileiro. Então, há uma possibilidade nesse momento de se romper com o Plano Nacional de Imunização, de se vacinarem pessoas sem critérios epidemiológicos”, afirmou a líder do PSOL, deputada Talíria Petrone (RJ).

O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde, argumentou que os empresários encontrarão barreiras para adquirir os imunizantes já que as produtoras de vacinas comercializam direto com os governos dos países.

“Quem vendeu para o Ministério da Saúde já disse publicamente que não vende para empresário, nem aqui no Brasil, nem na Europa, nem nos Estados Unidos, porque são empresas sérias que não se submetem a essa ação inescrupulosa que, infelizmente, está sendo aprovada, que vai furar fila da vacina no nosso País”, argumentou.

“Já disseram que não vendem, que não fazem negócio, e não fazem, porque sabem da insegurança que é essa ação. Elas sabem, inclusive, que está no texto da lei que a autoridade da OMS não está exigindo a certificação de nível quatro, que é o que estava na lei anterior. Ouçam parlamentares, estão aprovando algo que vai permitir a importação de vacinas de baixa qualidade”, completou.

Consórcio de governadores do Nordeste finaliza compra de 37 milhões de doses de vacinas Sputnik V 1b6i6b

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17.3.21 3h4h2i


Por Blog da Folha
Grupo que reúne os nove governadores do Nordeste am na manhã desta quarta (17), o contrato com Fundo Soberano Russo de compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. As 15h ocorrerá uma agenda do Consórcio Nordeste com o ministério da Saúde para do termo que disponibilizará as 37 milhões de doses ao plano nacional de imunização. Ou seja, sua distribuição para população brasileira pelo PNI de forma proporcional e igualitária.

O primeiro diálogo se iniciou em agosto do ano ado. No primeiro diálogo havia uma expectativa de R$ 50 milhões de doses, mas na do contrato ela foi finalizada em 37 milhões de doses. Cada Estado assinou porque na questão jurídica de contrato não é permitido em termos de consórcio e teria que ser feito por cada Estado. Então foi feito por cada estado do Nordeste e juntos totalizaram esses 37 milhões.

A solenidade desta tarde junto ao Ministério da Saúde servirá para oficializar a distribuição de vacinas para todo o Brasil, seguindo as regras do PNI (Plano Nacional de Imunização).



Cronograma de entrega (Sputnik V): Adqueridas através de negociacao do Consórcio Nordeste

Abril - 2 milhões de doses
Maio - 5 milhões

Junho - 10 milhões
Julho - 20 milhões (possibilidade de 5 milhões ser antecipado para maio)

Ministério da Saúde assina contrato para compra de 10 milhões de doses da vacina Sputnik 1g656h

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12.3.21 1f6317


Cronograma anunciado prevê 400 mil doses até o final de abril, 2 milhões no fim de maio e 7,6 milhões em junho. Atual contrato ainda não prevê produção nacional em parceria com a União Química.
O Ministério da Saúde assinou nesta sexta-feira (12) contrato para compra de 10 milhões de doses da Sputnik V, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto russo de pesquisa Gamaleya.
A vacina ainda não tem autorização para uso no Brasil. Os desenvolvedores firmaram parceria com a farmacêutica brasileira União Química.

“Agora, para que possamos efetivamente aplicar a Sputnik em nossa população e realizar os pagamentos após cada entrega de doses dessa vacina, só necessitamos que a União Química providencie com a Anvisa, o quanto antes, a autorização para uso emergencial e temporário" - Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde

De acordo com o ministério, a União Química afirmou que pretende fabricar o imunizante no Brasil, em São Paulo e no Distrito Federal.

A possibilidade de produção 100% nacional será avaliada pelo Ministério da Saúde nas próximas semanas e pode levar à concretização de outro acordo comercial.
A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica "The Lancet", uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.


A vacina também funcionou em idosos: uma subanálise de 2 mil adultos com mais de 60 anos mostrou eficácia de 91,8% neste grupo. Ela também foi bem tolerada nessa faixa etária.


A vacina é a quarta a ter resultados publicados em uma revista, depois de Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca e Moderna. Quando isso acontece, significa que os dados foram revisados e validados por outros cientistas.

Tecnologia: vetor viral



Profissional de saúde segura frasco da vacina Sputnik V em Moscou, na Rússia, no dia 18 de janeiro. — Foto: Shamil Zhumatov/Reuters



A Sputnik V usa a tecnologia de vetor viral. Nesse tipo de vacina, um outro vírus (nesse caso, o adenovírus) "leva" o material genético do coronavírus, o RNA, para dentro do nosso corpo. Mas esse adenovírus é modificado para não conseguir se replicar (reproduzir). Por isso, ele não causa doença.


No caso da Sputnik, o adenovírus que leva o coronavírus para dentro do corpo é diferente em cada dose: na primeira, é o Ad26 (mesmo da vacina da Johnson). Na segunda, é o Ad5, mais comum. Ambos são adenovírus humanos.
Os cientistas russos explicam que usar adenovírus diferentes pode ajudar a criar uma resposta imunológica mais poderosa – em comparação ao uso do mesmo vetor duas vezes –, pois diminui o risco de o sistema imunológico desenvolver resistência ao vetor inicial.

"Por isso que eles dão as duas doses com vetores diferentes – é para minimizar a resposta ao vetor. Essa abordagem da Sputnik de usar primeiro o Ad26 e depois o Ad5 é boa", explica Maurício Nogueira.

"Como pode ser também interessante o que havia sido colocado anteriormente: uma mistura da Sputnik com Oxford pode dar um resultado também legal", diz.


Em meados de dezembro, a AstraZeneca, que desenvolveu a vacina em parceria com a Universidade de Oxford, 8 que testaria o seu imunizante aplicado em conjunto com a Sputnik V. A vacina de Oxford também é de vetor viral – só que, diferente da russa, usa adenovírus de chimpanzé como vetor (que também não causa doença). Além disso, os vetores usados na primeira e na segunda dose são iguais.

CoronaVac: Ministério da Saúde confirma compra de mais 54 milhões de doses 6p1qo

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30.1.21 1t6340


Correio Braziliense
Foto: AFP/Adem Altan
O Ministério da Saúde confirmou, nesta sexta-feira (29), que irá adquirir as 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac, previamente acordadas com o Instituto Butantan, responsável pela vacina junto à farmacêutica Sinovac. Com isso, o Programa Nacional de Imunização (PNI) a a contar com 100 milhões de unidades da candidata. O governo federal já adquiriu 46 milhões de doses e recebeu outras 8,7 milhões de vacinas do instituto paulista.
O anúncio foi feito após forte pressão da direção do Butantan — que chegou a ameaçar a exportação da produção — de entidades da saúde e do próprio Supremo Tribunal Federal (STF). A confirmação, no entanto, vem acompanhada da exigência de definição das datas de entrega das vacinas.

"Estamos solicitando o cronograma à Fundação Butantan para podermos celebrar o contrato na semana que vem. Também, [estamos] solicitando antecipação do registro junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciarmos a vacinação em massa da população brasileira", afirmou o secretário-executivo da Saúde, Elcio Franco, ao anunciar a definição da pasta.

Anteriormente, o Instituto Butantan chegou a anunciar que teria capacidade de entregar as 100 milhões de doses ainda no primeiro semestre de 2021. Diante dos atrasos para importar o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da China, o prazo pode ser estendido. Mesmo assim, o diretor da instituição paulista, Dimas Covas, garante que as 46 milhões de doses acordadas anteriormente estarão entregues até abril e que a produção das outras 54 milhões começa logo em seguida.

Mais cedo, Covas comemorou a confirmação que, segundo ele, veio pelo responsável pelo Departamento de Logística do Ministério da Saúde minutos antes do início dos pronunciamentos e entrevista coletiva do governo de São Paulo, às 12h45. "Uma boa notícia. Notícia que todos nós estávamos aguardando, e esperamos que isso se concretize na próxima terça-feira (2/2)", disse o diretor.

Anteriormente, o Ministério da Saúde chegou a dizer que só iria se pronunciar no prazo oficial do contrato, que permite que a pasta se manifeste em até 30 dias após a entrega da última remessa das 46 milhões de doses.

Cesta básica já toma quase 60% do salário mínimo, pior proporção em 15 anos 6l3k1e

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20.1.21 6z3d4d


O governo, conforme manda a Constituição Federal, aumentou o salário mínimo em 2021 para repor o aumento da inflação ao longo do ano anterior. O piso salarial do país subiu 5,26%, de R$ 1.045 em 2020 para R$ 1.100 a partir deste ano, para uma inflação que, divulgada depois, foi de 5,45% em 2020, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Além de a correção ter ficado alguns decimais abaixo da inflação geral, o salário mínimo de 2021 começou o ano com um problema adicional: a disparada nos preços dos alimentos, que pesam especialmente mais no orçamento das famílias mais pobres. O aumento deles foi muito maior do que o da inflação média e, portanto, muito maior também que o do salário mínimo. 
Considerados apenas os alimentos no supermercado, a alta foi de 19%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma das maiores variações das últimas décadas. O preço médio da cesta básica, em algumas capitais, ou dos R$ 600 pela primeira vez, de acordo com acompanhamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

É o caso da cidade de São Paulo, onde a cesta de 13 produtos básicos calculada pelo Dieese já custa R$ 630. Arroz, feijão, carne, leite, pão, café e manteiga são alguns dos produtos acompanhados mês a mês pela entidade para calcular o preço médio da cesta.

Com todos eles mais caros, 58% da renda de quem vive com um salário mínimo em janeiro de 2021 (R$ 1.100) fica comprometida com a compra dos alimentos mais essenciais. 

É a pior proporção desde 2005, quando comprar a cesta básica completa tomava 62,5% do piso salarial do país, considerado o valor médio naquele ano. O salário mínimo em 2005 era de R$ 300, e a cesta básica custava próximo de R$ 178. 

A menor proporção, dali para frente, foi atingida em 2017, quando a cesta básica tomava 46% de um salário mínimo que era de R$ 937 à época. Os cálculos foram feitos pelo Dieese considerado o valor da cesta básica no município de São Paulo. 

Poder de compra perdido na ditatura s295d

O maior poder de compra que o salário mínimo já teve ficou bem para trás na história: em 1960, de acordo com série projetada pelo Dieese, uma cesta básica custava apenas um terço do salário base, deixando os 70% restantes livres para outros gastos.

Esse poder de compra foi sendo rapidamente engolido durante a ditadura militar, nos anos de 1960 e 1970, quando o regime deixou de recompor as perdas com a inflação nos reajustes.

Quando o Plano Real começou, em julho de 1994, era necessário gastar o salário mínimo inteiro para inteirar a cesta básica --ambos valiam R$ 64. O controle da hiperinflação daí para frente, seguido de uma política de valorização do salário mínimo nos anos de 2000 e 2010, ajudou a recompor parcialmente esse poder aquisitivo perdido para aqueles que ganham o piso.

Renda de 60% dos trabalhadores 6361z

O salário mínimo, hoje, serve de referência para os salários pagos no país e é também o piso para as aposentadorias, pensões e benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). 

É ele o valor recebido por 70% dos beneficiários do INSS, enquanto cerca de 60% dos trabalhadores ganham menos do que isso, de acordo com o IBGE. O salário médio atual no país, também de acordo com o IBGE, é de R$ 2.530.

“Em 2019 os alimentos já tinham tido altas pontuais, na carne e no leite, mas, em 2020, o aumento foi generalizado”, disse a supervisora da pesquisas do Dieese, Patrícia Lino Costa. O óleo de soja, por exemplo, dobrou de preço, e arroz subiu 76%. Legumes, frutas, carnes e leite também tiveram altas superiores a 17%. 

“A população de baixa renda é a que mais sofre com isso. Depois de pagar os serviços públicos [como luz e água], a renda que sobra vai para comer”, diz Costa.

Dois anos sem aumento real 6p3r5u

O ano de 2021 foi o segundo em mais de uma década em que o salário mínimo não precisou ter ganhos reais, isto é, ter um reajuste maior do que o da alta da inflação. 

Pela regra anterior, que começou a valer em 2004, o mínimo devia ser automaticamente elevado pela variação da inflação do ano anterior acrescida do crescimento do PIB de dois anos antes. Isso garantia aos trabalhadores que recebem o piso um aumento no poder de compra. 

Essa regra valeu até a virada de 2018 para 2019, não tendo sido renovada depois. Os aumentos, desde então, vêm recompondo apenas a inflação, condição mínima que é determinada pela Constituição. 

Quando o ajuste é feito apenas pela inflação, o novo valor é suficiente, na média, apenas para que as pessoas continuem sendo capazes de comprar o mesmo volume de coisas que compravam no ano anterior, e que depois ficaram um pouco mais caras. 

 

FESTA DO TAPUIA 2022 664i71

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